E já se passaram 7 meses...
... desde que este pequenino está cá em casa!
Ruby... o gatinho resgatado do meio da estrada.
Estávamos a 15 de agosto do ano passado, feriado, e como tantos de nós, aproveitei a manhã... para ir às compras.
Até aqui tudo normal, sem nada de relevante que me lembre. Marcado na memória, tenho sim o regresso a casa. Principalmente, o ter, um conhecido meu à minha espera... à porta de minha casa... E depois de meia dúzia de palavras circunstanciais, me aponta para um recanto do jardim onde estão umas canas e diz...
Olhe o que ali está! Olhei... e nada vi.
E uma pessoa pensa... Brincalhão como és... Deves estar a pensar que, lá por ser feriado, não tenho mais nada para fazer do que andar aqui ao jogo do gato e do rato.
Não vejo nada...
Olhe bem... Mas cuidado! Que é uma fera a avaliar pelos arranhões que já me fez na mão. Sim! Nem imagina o trabalhão que me deu a apanhar. Então não é que estava a vir para casa, quando de repente, vejo um carro parar à minha frente, sai para fora o condutor, vira-se para trás e põe-se a olhar para o chão. Pega em qualquer coisa e coloca-a no passeio. E arranca... Lá continuei passeio fora e foi quando vi o que era. Este bichinho, que mal consegue andar estava no meio da estrada. Olhe, acredite que não foi atropelado por um triz. Trouxe-o até si, pois sei que gosta de animais e eu não tenho condições para o tratar...
Volto a olhar e nada...
Olha o engraçadinho... Querem lá ver que isto ainda é para algum programa de apanhados... Isto já a ficar desconfiada da sanidade mental do senhor.
E voltei a olhar... melhor... e então vi...
Duas bolinha de pêlo que mais pareciam duas bolas de gelado enfarruscadas e entrecortadas por uma cana.
Assustado, lá o consegui tirar por entre o emaranhado de canas onde ele se tinha enfiado e do qual já não conseguia sair. E agora o que é que eu faço? Tenho em casa um gatinho novo, há menos de duas semanas e agora aparece este?! Era tão pequenino que me cabia na palma da mão.
Já em casa, sem continuar a saber o que lhe fazer e sem saber ao certo quanto tempo de vida teria. A julgar pela dentição deveria andar pelos 2 meses de vida. Mas muito subnutrido, raquítico e principalmente... cheio de pulgas.
A primeira foto que lhe tirei... eram duas da manhã. Altura em que comecei a a creditar que iria sobreviver. A segunda, tirada durante o dia seguinte.
O estado dele era tão frágil, mas tão frágil que pensei que não fosse resistir muitas mais horas. Lembro-me de o deixar em casa, aconchegado numa manta e aos cuidados da minha mãe enquanto fui de propósito ao hospital veterinário pedir recomendações, sobre o que deveria fazer... caso ele resisti-se. O que lhe haveria de lhe dar de comer, etc... Sei que não lhe dei banho, fui limpando-o, cuidadosamente e apliquei-lhe frontline, como recomendado e como a veterinária tinha feito com o Kiko. E foram muitas pulgas mortas nesse dia. NUNCA... em toda a minha vida... tinha visto tanta pulga junta num animal.
Cada minuto que passava, cada hora que passava era uma vitória para o pequenote. Dois dias depois já tinha chegado às 350g de peso!
O tempo parece que voa...
Já se passaram 7 meses desde que entrou nas nossas vidas! Continua pequenito, traquinas, brincalhão e muito meigo!